CORPOREIDADE E
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O filme inteligência
artificial, traz dentro de sua abordagem um cenário futurístico do ser humano,
através desta tecnologia avançada os pais podem manter seu filho biológico
vivo. Para suprir essa carência do filho, o casal compra um andróide que
assemelhasse com o mesmo, entretanto acabam ativando o programa de consciência
deste robô através de um botão na nuca.
Podemos
perceber essa semelhança na forma de metáfora do cérebro com um programa de
computador, transformando o robô em ser humano e valorizando sua percepção de
sentimentos (psicologia), ações (biologia e biomecânica), relacionando-se com o
outro (sociologia) por meio da linguagem (lingüística).
Maturana afirma que o
amor é a emoção fundante do social por que:
O amor é a emoção que constitui o
domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como
legítimo outro na convivência, é esse modo de convivência que conotamos
quando falamos do social (Maturana, 1998b, p. 23).
A capacidade de ter
emoções afetivas apresenta de maneira indireta, pela qual o cérebro reconhece e
utiliza o corpo para relacionar-se com o mundo. Sugerindo a comparação do
cérebro com os aspectos cognitivos da neurociência ativando o processo de
inicialização que representa a afetividade e emoções do andróide.
A condição humana deve
ser considerada também pela “sensibilidade afetiva, as emoções, os sentimentos,
os impulsos sensíveis, o senso estético, etc.” (SANTIN, 1993, p. 67). É
necessário que supere a visão unilateral que compreende o ser humano apenas
pela racionalidade e vislumbre o homem em sua complexidade. Conhecer o ser
humano é, antes de tudo, necessário situá-lo no mundo vivido. O conhecimento
pertinente deve enfrentar a complexidade do fenômeno em questão, por se tratar
do corpo vivo, humano. APUT
( FREIRE E DANTAS, 2011)
Podemos compreender que o
contato físico é extremamente necessário para o desenvolvimento do ser humano
além deste, outros aspectos também são importantes, pois precisamos da
linguagem numa estrutura corpórea que expresse o laço de afetividade
construindo uma relação mútua. Sugerindo entre linhas o processo de reflexão
existencial do ser humano, iniciando experiência linguística com sons
articulados estabelecendo a comunicação que nos permite observar, compreender e
desenvolver com as diferenças do outro.
As experiências permitem-nos
sermos afetivos mesmo em uma sociedade que prioriza a racionalidade em perda da
sensibilidade. O sensível define a essência do ser humano, singularizando-o, e
se projeta como ponto de referência para as suas ações.
Essa corporeidade
proporciona uma reflexão da humanidade e suas relações com um todo, permitindo
uma visão adiante do seu tempo. Mostrando a necessidade de compreender os
elementos desta na formação e desenvolvimento do ser humano.
O conceito de uma
“reflexão consciente” é diferente e contrária à conceito de “adquirir
informação”. A necessidade de reflexão, por entender que
A reflexão é um
processo de conhecer como conhecemos, um ato de nos voltarmos sobre nós mesmos,
a única oportunidade que temos de descobrir nossas cegueiras e de reconhecer
que as certezas e os conhecimentos dos outros são, respectivamente, tão
nebulosos e tênues quanto os nossos. (MATURANA E VARELA, 1995, p. 67)
REFERÊNCIAS
EDUCAÇÃO E CORPOREIDADE: UM NOVO OLHAR
SOBRE O CORPO. In Freire e Dantas, 2012 file:///C:/Users/usuario/Downloads/729-3250-2-PB.pdf,
acessado em 02/06/15.
Corporeidade: Uma complexa trama transdisciplinar. In GONÇALVES;
C.J.S. Corporeidade. Revisão do Conceito. Tese de Doutorado. UNIMEP. 2005.
Resenhas http://www.scielo.br/pdf/trans/v19/v19a20.pdf,
acessado em 02/06/15.
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