quinta-feira, 5 de novembro de 2015



Analise da reportagem com o artigo, considerando os conceitos de gênero e sexualidade.

Falando sobre o conceito da infância ligado a questões de gênero e sexualidade, escolhi uma reportagem do jornal Gazeta do Sul que aborda a erotização da infância e traz a discussão do projeto de lei que proíbe a realização de concurso de beleza para menores de 16 anos visando conter a sexualidade excessiva das crianças.
Walkerdine (1999, p.84) chama atenção para o fato de que essa idéia da pequena sedutora, veiculada amplamente pela publicidade, "é um fenômeno que carrega tanto o desejo sexual adulto quanto as fantasias altamente complexas da própria menina". Somos subjetivados pelo que vemos e ouvimos. Ruth Sabat (1999) lembra que as imagens estão carregadas de sentidos, sendo, portanto, educativas, na medida em que nos ensinam como devemos agir, que hábitos podemos cultivar, o que é possível desejar.
Conforme Shirley Steinberg (1997; 2001), o mercado á partir da década de 50 visualizou as crianças como possíveis consumidoras, conduzindo diversos produtos para este tipo de público. Usou o movimento feminista para passar a idéia de que a ‘expressão da mulher’ e sua ‘independência’ estaria atrelada a roupa, maquiagem e ao cigarro muito comum em propagandas e revistas da época.
Como nos lembra Edvaldo Couto (2000). Para Mary Del Priore (2000, p.96), a construção social de uma identidade feminina está calcada, nos dias atuais, "quase que exclusivamente na montagem e escultura desse novo corpo... um corpo cirúrgico, esculpido, fabricado e produzido, corpo que é o centro das atenções e fetiche de consumo".
 Fazendo uma conexão da reportagem com o artigo, as mídias impõem padrões de beleza inclusive no universo infantil através da televisão, revistas, desfiles de ‘moda’ construindo valores e conduta para cultura em massa, usando a erotização da infância pelo meio de concurso de misses onde crianças sofrem com rotinas estressantes, maquiagens inapropriadas, penteados e coloração nos cabelos.
O conceito de gênero, por sua vez, surgiu para se contrapor à idéia de uma essência (masculina ou feminina) natural, universal e imutável, enfatizando os processos de construção ou formação histórica, lingüística e socialmente determinada. A constituição de cada pessoa deve ser pensada como um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida em diferentes espaços e tempos (FELIPE, 1998).

Destacando mudanças sociais e culturais na sociedade que ocorreram nas ultimas décadas é cada vez mais comum ver nos dias de hoje crianças e adolescentes preocupadas com estes ‘padrões de beleza’, influenciadas pelas mídias, do capitalismo e consumismo de uma cultura em massa passando a ideia de beleza como sinônimo de saúde.



No mesmo seguimento o artigo aborda Retratos de uma Infância Contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, onde é fundamentada pela inocência, isento de maldades e imperfeições que provocam carinho no olhar.
Autora utiliza a expressão  ‘soft‘ para indicar este momento da infância nos artefatos, a mídia utiliza imagens de bebes branco, fortes ,de olhos claros e afáveis para marketing dos seus produtos. Utilizando as marcas Pampers, Jonhson´s e Huggies Babies para estudo.
Ligando a mesma como se esta fosse o período mais excelente do mundo, macio, delicado, fofo, repleto de meiguice e alegrias. Influenciando na hora da escolha do produto.
Uma imagem, não é apenas uma imagem. Ela é carregada de significados e significações, e pode ser tomada como um produto cultural, ―as representações visuais (...) ensinam a olhar e a olhar-s, contribuindo para a construção de representações sobre si e sobre o mundo (...)‖(HERNANDEZ, 2007, p.32).


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