Analise da reportagem com o
artigo, considerando os conceitos de gênero e sexualidade.
Falando sobre o conceito da infância ligado a questões de gênero e
sexualidade, escolhi uma reportagem do jornal Gazeta do Sul que aborda a
erotização da infância e traz a discussão do projeto de lei que proíbe a realização de concurso de beleza para
menores de 16 anos visando conter a sexualidade excessiva das crianças.
Walkerdine (1999, p.84) chama
atenção para o fato de que essa idéia da pequena sedutora, veiculada amplamente
pela publicidade, "é um fenômeno que carrega tanto o desejo sexual adulto
quanto as fantasias altamente complexas da própria menina". Somos
subjetivados pelo que vemos e ouvimos. Ruth Sabat (1999) lembra que as imagens
estão carregadas de sentidos, sendo, portanto, educativas, na medida em que nos
ensinam como devemos agir, que hábitos podemos cultivar, o que é possível
desejar.
Conforme Shirley Steinberg (1997; 2001), o mercado á partir da
década de 50 visualizou as crianças como possíveis consumidoras, conduzindo
diversos produtos para este tipo de público. Usou o movimento feminista para
passar a idéia de que a ‘expressão da mulher’ e sua ‘independência’ estaria
atrelada a roupa, maquiagem e ao cigarro muito comum em propagandas e revistas
da época.
Como nos lembra Edvaldo Couto
(2000). Para Mary Del Priore (2000, p.96), a construção social de uma identidade
feminina está calcada, nos dias atuais, "quase que exclusivamente na
montagem e escultura desse novo corpo... um corpo cirúrgico, esculpido,
fabricado e produzido, corpo que é o centro das atenções e fetiche de
consumo".
Fazendo uma conexão da reportagem com o
artigo, as mídias impõem padrões de beleza inclusive no universo infantil
através da televisão, revistas, desfiles de ‘moda’ construindo valores e conduta
para cultura em massa, usando a erotização da infância pelo meio de concurso de
misses onde crianças sofrem com rotinas estressantes, maquiagens inapropriadas,
penteados e coloração nos cabelos.
O conceito de gênero, por sua
vez, surgiu para se contrapor à idéia de uma essência (masculina ou feminina)
natural, universal e imutável, enfatizando os processos de construção ou
formação histórica, lingüística e socialmente determinada. A constituição de
cada pessoa deve ser pensada como um processo que se desenvolve ao longo de
toda a vida em diferentes espaços e tempos (FELIPE, 1998).
Destacando mudanças sociais e culturais na sociedade que ocorreram nas
ultimas décadas é cada vez mais comum ver nos dias de hoje crianças e
adolescentes preocupadas com estes ‘padrões de beleza’, influenciadas pelas
mídias, do capitalismo e consumismo de uma cultura em massa passando a ideia de
beleza como sinônimo de saúde.
No mesmo seguimento o artigo aborda Retratos de uma
Infância Contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, onde é fundamentada
pela inocência, isento de maldades e imperfeições que provocam carinho no
olhar.
Autora utiliza a expressão ‘soft‘ para indicar este momento da infância
nos artefatos, a mídia utiliza imagens de bebes branco, fortes ,de olhos claros
e afáveis para marketing dos seus produtos. Utilizando as marcas Pampers,
Jonhson´s e Huggies Babies para estudo.
Ligando a mesma como se esta
fosse o período mais excelente do mundo, macio, delicado, fofo, repleto de
meiguice e alegrias. Influenciando na hora da escolha do produto.
Uma imagem, não é apenas uma
imagem. Ela é carregada de significados e significações, e pode ser tomada como
um produto cultural, ―as representações visuais (...) ensinam a olhar e a
olhar-s, contribuindo para a construção de representações sobre si e sobre o
mundo (...)‖(HERNANDEZ, 2007, p.32).
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