1. Que conceitos consideras
relevantes para a prática pedagógica em EJA? Quem é e como é o aluno jovem e
adulto? Como você descreveria as características desse aluno? Quais são as
características da linguagem e do pensamento do aluno jovem e adulto? Dê exemplos.
2. Quais são as maiores
dificuldades dos alunos jovens e adultos em sala de aula e no cotidiano suas
vidas?
3. O fato de os alunos
pertencerem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas,
etárias, étnicas, religiosas etc.) pode provocar diferenças no funcionamento
cognitivo? Por quê?
4. Que elementos são fundamentais
para que o trabalho na EJA seja bem-sucedido?
Considero necessária uma proposta
pedagógica sócio interacionista, de abordagem dialógica, interdisciplinar e
contextualizada, principalmente, no mundo do trabalho, onde o processo de
aprendizagem está focado no desenvolvimento de competências e habilidades, de
autonomia intelectual e busca da inclusão digital dos jovens e adultos, com o
progressivo domínio do uso de ferramentas de informação e comunicação digital.
Segundo Koll, Os “focos de
competência” são as pessoas que concentram, mais que outras muitas das habilidades
necessárias para lidar com problemas cotidianos significativos. Além desses
indivíduos com habilidades acima do nível básico de competência, observou-se
que alguns sujeitos eram considerados por outros membros da comunidade como
indivíduos com menos do que as habilidades básicas necessárias na vida
cotidiana e, conseqüentemente, como pessoas não confiáveis para assumir responsabilidades
no interior da vida da comunidade.
São alunos que por diversos
motivos não concluíram seus estudos na idade regular e buscam a conclusão do
Ensino Fundamental e/ou Médio, com vistas à inserção no mercado de trabalho ou
exigências profissionais, prosseguimento de estudos no ensino médio, técnico ou
superior.
Ainda que o foco da presente
discussão esteja nos aspectos referentes ao conhecimento e à aprendizagem, é
importante mencionar ainda que a exclusão da escola coloca os alunos em
situação de desconforto pessoal em razão de aspectos de natureza mais afetiva,
mas que podem também influenciar a aprendizagem. Os alunos têm vergonha de freqüentar
a escola depois de adultos e muitas vezes pensam que serão os únicos adultos em
classes de crianças, sentindo-se por isso humilhados e tornando- se inseguros quanto
a sua própria capacidade para aprender (Oliveira, 1989).
Geralmente são trabalhadores da
indústria ou comércio, oriundos de famílias de classe “C” e “D” e idades que
variam de dezoito aos sessenta anos e alunos que são provedores ou
colaboradores do sustento da família.
Compreensão de instruções,
particularmente quando por escrito, também constituía, ainda, grande parte do problema
a ser resolvido. (Oliveira, 1987, p. 19-29)
Para ser possível um novo salto
de qualidade, é indispensável que a Escola revise a forma como organiza os
tempos e os espaços para a aprendizagem presencial e a distância, hoje em
desenvolvimento, priorizando a formação interdisciplinar para o Mundo do
Trabalho nos momentos presenciais destes dois níveis de ensino.
Ao final da escolaridade, o aluno
estará preparado para "Ler" o mundo, o que significa estar habilitado
ao uso de diferentes linguagens (verbal, matemática, corporal, etc.), atuando
no seu entorno social e no seu espaço de trabalho de forma produtiva e ética;
Evidenciando as competências
necessárias para o mundo do trabalho e apresentar facilidade para se comunicar
(domínio da língua materna, das ferramentas da tecnologia da informação), assim
participado da sociedade demonstrando responsabilidade socioambiental (ética, valores
e visão sistêmica).
Apresentando competências e
habilidades empreendedoras (demonstrar criatividade, inovação e o assumir de
riscos, bem como a capacidade para planejar e gerenciar projetos com vista a
atingir determinados objetivos) e sentindo-se integrado à identidade da sua
comunidade e a sua identidade pessoal, a partir do autoconhecimento e da aquisição
de habilidades sociais com sua bagagem cultural.
Apresentar as habilidades
necessárias para aprender permanentemente.
Segundo Kool, é esse conjunto de
fatores e não a idade cronológica perse, o que determina boa parte das
probabilidades de êxito que as pessoas apresentam, ao enfrentar as diversas demandas
de natureza cognitiva. (Palacios, 1995,p. 312)
Aprender é um processo
silencioso, de difícil mensuração, que se opera em um organismo motivado por
predisposições internas e estímulos externos significativos. É um crescer
contínuo e a cada etapa vencida uma nova é preparada, permitindo ir além,
assimilando conceitos, procedimentos, ritos e normas que permeiam as relações
sociais.
Referências:
OLIVEIRA, Marta Khol. Jovens e Adultos
como Sujeitos de Conhecimento e Aprendizagem. In: Revista Brasileira de
Educação Set/Out/Nov/Dez 1999 n.º 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião
Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999. Disponível em: 01/6/18 MOODLE UFRGS
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