sexta-feira, 1 de junho de 2018

Piaget x Vygotsky? Como Assim? :)




Vou trazer minha experiência como mãe, meu bebê tem 1 e meio de idade, acompanho seu desenvolvimento diariamente e pude visualizar nos vídeos as fazes.

No primeiro mês o bebê reconhece as vozes, do segundo ao terceiro mês Lucas reconhece os pais, de 2 a 4 meses volta-se de lado em direção às vozes e reconhece certos sons, 5 meses volta-se de lado como reação a um barulho, 6 meses produz sons em resposta , 8 meses volta-se de lado e depois em direção ao barulho, 10 meses Suspende uma ação se lhe dizem “não”, 11 meses cumpre ordens gestuais, 12 meses Inicia jogos de gestos.

Com 8 meses falou papai, com 9 meses apontava dedo e falou papa. Já reproduzia o não não com a cabeça. Depois de 1 ano e 3 reproduz som do nosso cachorro, já fala água, mamama. Completando 1 ano e 5meses meses passou a imitar macaquinho, fazer ‘olhinhos’, pega objeto abraça na brincadeira é meu é meu, reproduz história e fala frases sem compreensão. Através de gestos se faz entender, aprende a aprender e aprende fazendo.

Quando utilizam a linguagem do faz de conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenharem vários papéis sociais ou personagens. Neste faz de conta, uso o brinquedo urso de pelúcia para dar ‘remédinho’, uma injeção, colocamos uma roupa do Lucas, pintamos uma caixa de papelão que hora era um carro, outra hora era um barco e tudo que ele expressava ou falava.

A partir do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças desenvolvem a capacidade afetiva, a sensibilidade e a autoestima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem. A articulação entre os diferentes níveis de desenvolvimento (motor, afetivo e cognitivo) não se dá de forma isolada, mas sim de forma simultânea e integrada, de acordo com Piaget e Vygotsky, conforme estudamos.

É importante criar, na rotina, contextos em que as crianças possam interagir com diferentes situações de aprendizagens e objetos de conhecimento: literatura infantil, linguagem gráficas e plásticas, sonoridade musical, jogos e brincadeiras, acompanhadas de respeito, confiança e autonomia. É imprescindível lembrar que as relações entre Mãe/criança, professor/criança e criança/criança são permeadas pela afetividade, para que se sintam queridas, seguras, confiantes e respeitadas em sua individualidade e singularidade.

O estímulo é muito importante no desenvolvimento, para isso utilizei algumas estratégias que favoreceram aprendizagem, coloquei um tatame no lugar do meu tapete na sala, pois ali iniciou rolando de um lado para outro até engatinhar e caminhar. Hoje solicito que busque diversos objetos, falando apenas o nome e não precisando apontar como antes, pois já fez a associação como o bibi (bico), mama ( mamadeira), bem como diversos brinquedos ( carrinho, tartaruga, violão, etc).

Esta semana estávamos olhando fotos no celular,  ele apontou para o porta-retratos e falou mamãe e papai (reconhecendo a imagem), em ligação de vídeo reconheceu e chamou bobó (vovó), coloca a mão na fralda expressando que está cocô, leva sua motoca até aporta e aponta para rua expressando que quer sair, falo que vamos tomar banho e logo e já vai levantando a camiseta, deixo ele manusear uma caixinha de som porque ele dança com ela assim desenvolve a motricidade ampla.

Para Piaget (1990), os processos de aprendizagem não são uma mera associação de estímulos e respostas ou de acumulação de conhecimentos; são mudanças qualitativas nas estruturas e esquemas existentes, de complexidade crescente. Hoffmann corrobora com este posicionamento quando salienta que: 

Através da atividade (física e mental), o aluno interage com o objeto de aprendizagem e os agentes culturais mediadores dessa relação de saber, construindo representações e chegando, num patamar superior, a refletir sobre as ações vividas e seu próprio pensamento (2005, p.81).

A linguagem propicia o desenvolvimento do pensamento, na construção e reconstrução de conceitos pessoais e coletivos, contribuindo significativamente para a formação do sujeito na interação com o outro de acordo com que estudamos na teoria de Vygotsky.

Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil: 

As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação (1998, p.21-22).

Isso significa que na aprendizagem da leitura e escrita, a criança precisa compreender não só de que forma ela é representada graficamente, mas o que ela representa linguisticamente, ou seja, a alfabetização significa um processo no qual a criança precisa resolver problemas de natureza lógica até chegar a compreender de que maneira a escrita representa a linguagem. Ligando a reflexão sobre o texto de Haras na EJA, a leitura sobre a alfabetização faz uma ligação entre Emilia Ferreira e Paulo Freire, que ainda é um desafio na contemporaneidade, pois para os professores, atualmente, há vários desafios desde ensinar o que é básico como a leitura, a escrita, o cálculo – na perspectiva do desenvolvimento de habilidades e competências.

Referências:




 

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

 

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