Vou trazer minha experiência como mãe, meu
bebê tem 1 e meio de idade, acompanho seu desenvolvimento diariamente e pude
visualizar nos vídeos as fazes.
No primeiro mês o bebê reconhece as vozes, do
segundo ao terceiro mês Lucas reconhece os pais, de 2 a 4 meses volta-se de lado em direção às vozes e reconhece
certos sons, 5 meses volta-se de lado
como reação a um barulho, 6 meses produz sons em resposta , 8 meses volta-se de
lado e depois em direção ao barulho, 10 meses Suspende uma ação se lhe dizem
“não”, 11 meses cumpre ordens gestuais, 12 meses Inicia jogos de gestos.
Com 8 meses falou papai, com
9 meses apontava dedo e falou papa. Já reproduzia o não não com a cabeça. Depois
de 1 ano e 3 reproduz som do nosso cachorro, já fala água, mamama. Completando 1
ano e 5meses meses passou a imitar macaquinho, fazer ‘olhinhos’, pega objeto
abraça na brincadeira é meu é meu, reproduz história e fala frases sem
compreensão. Através de gestos se faz entender, aprende a aprender e aprende
fazendo.
Quando utilizam a linguagem do faz de conta, as crianças enriquecem sua
identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando
suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenharem vários papéis
sociais ou personagens. Neste faz de conta, uso o brinquedo urso de pelúcia
para dar ‘remédinho’, uma injeção, colocamos uma roupa do Lucas, pintamos uma
caixa de papelão que hora era um carro, outra hora era um barco e tudo que ele
expressava ou falava.
A
partir do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, bem
como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças
desenvolvem a capacidade afetiva, a sensibilidade e a autoestima, o raciocínio,
o pensamento e a linguagem. A articulação entre os diferentes níveis de
desenvolvimento (motor, afetivo e cognitivo) não se dá de forma isolada, mas
sim de forma simultânea e integrada, de acordo com Piaget e Vygotsky, conforme
estudamos.
É
importante criar, na rotina, contextos em que as crianças possam interagir com
diferentes situações de aprendizagens e objetos de conhecimento: literatura
infantil, linguagem gráficas e plásticas, sonoridade musical, jogos e
brincadeiras, acompanhadas de respeito, confiança e autonomia. É imprescindível
lembrar que as relações entre Mãe/criança, professor/criança e criança/criança
são permeadas pela afetividade, para que se sintam queridas, seguras,
confiantes e respeitadas em sua individualidade e singularidade.
O estímulo é muito importante no
desenvolvimento, para isso utilizei algumas estratégias que favoreceram
aprendizagem, coloquei um tatame no lugar do meu tapete na sala, pois ali
iniciou rolando de um lado para outro até engatinhar e caminhar. Hoje solicito
que busque diversos objetos, falando apenas o nome e não precisando apontar
como antes, pois já fez a associação como o bibi (bico), mama ( mamadeira), bem
como diversos brinquedos ( carrinho, tartaruga, violão, etc).
Esta semana estávamos olhando fotos no
celular, ele apontou para o
porta-retratos e falou mamãe e papai (reconhecendo a imagem), em ligação de
vídeo reconheceu e chamou bobó (vovó), coloca a mão na fralda expressando que
está cocô, leva sua motoca até aporta e aponta para rua expressando que quer
sair, falo que vamos tomar banho e logo e já vai levantando a camiseta, deixo
ele manusear uma caixinha de som porque ele dança com ela assim desenvolve a
motricidade ampla.
Para
Piaget (1990), os processos de aprendizagem não são uma mera associação de
estímulos e respostas ou de acumulação de conhecimentos; são mudanças
qualitativas nas estruturas e esquemas existentes, de complexidade crescente.
Hoffmann corrobora com este posicionamento quando salienta que:
Através
da atividade (física e mental), o aluno interage com o objeto de aprendizagem e
os agentes culturais mediadores dessa relação de saber, construindo
representações e chegando, num patamar superior, a refletir sobre as ações
vividas e seu próprio pensamento (2005, p.81).
A linguagem propicia o desenvolvimento do
pensamento, na construção e reconstrução de conceitos pessoais e coletivos,
contribuindo significativamente para a formação do sujeito na interação com o
outro de acordo com que estudamos na teoria de Vygotsky.
Segundo o Referencial Curricular Nacional da
Educação Infantil:
As crianças
constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras
pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da
realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e
ressignificação (1998, p.21-22).
Isso significa que na aprendizagem da leitura
e escrita, a criança precisa compreender não só de que forma ela é representada
graficamente, mas o que ela representa linguisticamente, ou seja, a
alfabetização significa um processo no qual a criança precisa resolver
problemas de natureza lógica até chegar a compreender de que maneira a escrita
representa a linguagem. Ligando a reflexão sobre o texto de Haras na EJA, a
leitura sobre a alfabetização faz uma ligação entre Emilia Ferreira e Paulo
Freire, que ainda é um desafio na contemporaneidade, pois para os professores,
atualmente, há vários desafios desde ensinar o que é básico como a leitura, a
escrita, o cálculo – na perspectiva do desenvolvimento de habilidades e
competências.
Referências:
HARA,
Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI,
1992.
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