Reflexão-Síntese sobre as Aprendizagens em Didática e planejamento
Os
pressupostos do sociointeracionismo, de que cada ser humano é singular no seu processo
de desenvolvimento, mesmo que esse processo dependa das relações
socioculturais.
Considerando,
ainda, que o sujeito, ao ingressar na escola e submetido a um processo
educativo formal, já construiu, até então, um conjunto fundamental de saberes
através de suas experiências de vida, em família e em sua comunidade, que este
deve ser respeitado e validado pela escola e por seus professores. Dessa forma,
fica assegurado que seus conhecimentos prévios sirvam como pressupostos de suas
condições favoráveis para o aprender, que permitirão a adoção de uma
metodologia mais coerente com as exigências da sociedade e das exigências do
mercado de trabalho.
Nessa
concepção, o aluno como sujeito/autor de seu aprendizado desenvolve sua
autonomia e, ao mesmo tempo, as aprendizagens coletivas com a cooperação de
seus pares numa experiência dialógica e permanente.
Para
VYGOTSKY (1988), a ação do sujeito torna-o protagonista da aquisição de seus
conhecimentos, ao ingressar no contexto escolar. E portanto, as aprendizagens
tornam-se mais significativas na medida em que transpõe os conhecimentos
formais para as suas vivências propiciando-se dessa forma a consolidação de
aprendizagens para a vida. Para o autor:
"[...]
a concepção de aluno na perspectiva sociointeracionista, necessita ser ampliada
para contemplar além da ação do sujeito em si, a interação deste com o outro
social que possibilita àquele constituir-se como sujeito e como construtor de
conhecimento num processo contínuo mediado pela linguagem [...]."
Importante
citar FREIRE (2006) que ressalta o “aprender” como um ato de libertação que
[...] não se dá dentro da consciência dos homens isolada do mundo, mas na
práxis destes dentro da história que, implicando a relação consciência-mundo,
envolve a consciência crítica dessa relação [...] (p. 116).
O
mesmo autor salienta, ainda, que essa relação não se restringe apenas ao aluno,
ao contrário, inclui o professor que é considerado por ele um orientador na
medida em que ele é o responsável por conduzir o “aprender a aprender e o
aprender a fazer”.
Cabe
lembrar que para que o docente possa ocupar seu papel de orientador e de
mediador, numa abordagem sociointeracionista, impõe-se que ele esteja aberto a
alternar o papel de ensinante e de aprendente, na medida de poder tornar-se um
professor reflexivo. Segundo MORAES (2011), o professor pode aprender, cada vez
mais, se estiver disposto a refletir sobre sua própria prática e sobre os
resultados advindos de sua ação pedagógica cotidiana, com seus alunos.
Além
disso, salienta-se que uma abordagem pedagógica interativa e dialógica
necessita uma formação consistente por parte dos professores a fim de
evidenciar, no processo de ensino e de aprendizagem, a concepção pedagógica
condutora e as ações pedagógicas empregadas em sala de aula.
Referencias:
https://www.google.com/search?rlz=1C1CHBD_pt-PTBR790BR790&q=tirinha+professor+reflexivo&tbm=isch&source=univ&sa=X&ved=2ahUKEwjIxvmy9MDhAhXmEbkGHU7eDywQsAR6BAgJEAE&biw=911&bih=413#imgrc=8f5lut8xUyoZXM:
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
______, P. Carta de Paulo Freire aos professores. Estudos avançados, São Paulo, v. 15, n. 42, p. 259-268, 2001.
______, P. Pedagogia do oprimido. 48. reimp. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
LUCKESI, Cipriano Carlos. (2006) Avaliação da aprendizagem escolar: Estudos e proposições - 18ª ed. São Paulo: Editora Cortez.
Macedo, Lino de. Escola em Movimento. Para Uma Avaliação Construtivista.Instituto de Psicologia / USP/Laboratório de Psicopedagogia, 2005.
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